Arc"thanks" ki !!

Arc"thanks" ki !!
Thanks to Tomasz and Michal of Arctowski Polish Antarctic Station

22 e 23 de Março - a Saga do retorno

15 de Março - a redenção

2010/03/10

09-10 de Março - agora eu acredito!

09-10/03/2010 – Dias de grande expectativa! Dia 09, aproveitado para circular, e como! Começando pela devolução dos potes plásticos no INACH, onde não encontrei Carlos nem Emma, com os quais eu pretendia ensaiar um almoço ou jantar, o que não foi possível em Cuba, onde os encontrei pela última vez. (confiram postagens no BLOG para 01/09 e vocês verão que Emma esteve muito presente na expedição EsponjAS II – prometo logo inserir uma rotina de busca no Blog). Desta vez, ambos estavam embarcados, segundo Cesar, até fins do mês. Após o INACH, cumprir tarefas de pai e marido zelosos na Zona Franca, aproveitando ainda para dar um upgrade no guarda roupa de peças “dry fit”. De lá, toquei para o La Marmita para uma experiência enebriante: Lasagna de Ostiones, seguida de Estofado de Cordero, regados por cerveja artesanal Turbales – uma sequência digna de poemas de Neruda! Para digerir o discreto exagero, uma caminhada até o Hostal Karol para tentar encontrar Doña Mari, que não estava. Deixei uma bolsa de frutas pendurada na maçaneta da porta de entrada, e depois descobri que ela as encontrou, e que espera que nos encontremos quando de nosso retorno da Antártica. Já no caminho para o Hotel, passagem na farmácia para comprar alguns litros de álcool, já que não sabíamos ainda se haveria álcool suficiente na estação para nosso uso. Finalmente no Hotel, muito trabalho na internet e no artigo de Cliona. Fui dormir ainda na expectativa de que tínhamos que estar prontos às 07:00h para zarpar rumo ao aeroporto. Portanto, despertador para 05:30h. Triste ilusão. Por volta da ½ noite a mensagem foi trocada para “Prontos às 10:30h”, que ao longo do dia (10/03) virou “Prontos às 13:30h”. Mas o fato é que chegamos ao aeroporto, e após uma curiosamente larga espera pela autorização para descer do ônibus e montar a linha de transporte de bagagem até o Hércules (chamada de “formiguinha” pelo GB), levantamos voo por volta das 14:30h. YES!! Desta vez compartilhamos o voo com sete militares chilenos, um dos quais sentou-se justamente onde eu havia posto minha mochila (para reservar o lugar), na esperança de poder esticar as pernas. Disse ele que não havia mochila alguma quando sentou, e resolvi não discutir para evitar um possível incidente diplomático. Chegamos a Frei de forma tranqüila, o GB super emocionado, e o clima peculiar pouco a pouco tomando conta de cada fresta em nossas roupas, e forçando-nos a conferir todos os botões e amarras a nosso alcance. Depois da célebre faina das bagagens, caminhamos até a praia, distante uns 500 m de onde estávamos, e aí, praticamente congelamos. Os botes iam e vinham com carga, mas a noite também chagava a passos largos e junto à ela, um frio desesperador. Segundo Tia Alice a sensação térmica era de -9°C, mas o fato é que a sensação depende de seu estado de ânimo. Primeiro, parecia piada. -9°C? Que nada! Depois... já não importava o número, a sensação era simplesmente a de que se os botes parassem de ir e vir, não sairíamos daquela praia jamais. Nada de icebergs desta vez, porém quem aí chegasse no dia seguinte se depararia com uma coleção de “humanbergs” ou “humanice”. Com sorte ainda poderiam tirar algum proveito dos cérebros congelados. Mas, fomos resgatados a tempo de ainda conseguir subir com um mínimo de destreza a parede de escalada, gentilmente apelidada de “escada de boreste” pela tripulação do NPO Almirante Maximiano. Uma vez dentro do navio, lentamente recuperamos as habilidades, e logo atacávamos a excelente refeição preparada para nós, composta de Arroz à Grega, Purê de Batatas e Peito de Frango à Parmegiana, com direito a sorvete de chocolate do tipo “choc-chips” (acreditem!!) para sobremesa. Hora do Blog ...

Fiquei com ciumes. A British Antarctic Survey tem aviões próprios. Enquanto aguardávamos no aeroporrto de Punta Arenas a autorização para sair do ônibus, acompanhamos o pouso desta aeronave do programa antártico inglês.

Já na praia na Baía Maxwel (Ilha Rei George), carregando os botes com uma quantidade interminável de tralhas, envenenadas por mega caixotes com componentes para montagem de um radar na EACF, congelávamos.



Um bando de Skuas a nosso redor. Esta chegou a menos de 2 m de distância e pediu para ser filmada também.



Esse pinguim parecia atraido por multidões. Só faltou vasculhar as bolsas em busca de sardinhas! Foi fotografado umas 10000 vexes por cerca de 20 câmeras. Na foto, com Welington "Aninjalhado" em composição. Pouco depois o bicho seria "capturado" e fotografado como animal de pelúcia, passando de colo em colo. Finda a seção, saiu revoltado e eswueceu-se de cobrar o cachê.

A última etapa de nossa estratégia anti-congelamento envolveu deglutir o jantar maravilhoso. Até mesmo as palavras tiveram que ceder espaço à recuperação dos sentidos vitais.

2010/03/09

06-08 de Março - 1os passos rumo ao frio

06-08/03/2010 - Partimos do Rio e pernoitamos em Pelotas no dia 06. Daí à Punta Arenas logo cedo no dia 07. Acabamos ficando mesmo no Hotel Rey Don Felipe, por sutil pressão da SECIRM. Tudo bem. As vezes é bom poder curtir um luxozinho ... (esse hotel é daqueles que até kit de costura, em dobro, tem no banheiro - precisa dizer mais alguma coisa?). Neste mesmo dia pude matar a saudade do Restaurante La Luna, com direito à Chupe de Centolla e vinho reserva da casa. "Eita vidinha marromenos essa?!" Apesar de toda a triangulação feita com nosso amigo César Cárdenas (eu no Rio, ele em Welington, e seu pai en Punta Arenas) para assegurar que receberíamos as amostras dos fiordes no Hostal Joshiken, onde acreditávamos que estaríamos hospedados, os planos agora eram outros. Primeira coisa que fizemos depois de baixar a carga no quarto: avisar no Joshiken que nós éramos nós, explicar o porque de não estarmos lá, e que aguardávamos uma encomenda. E por falar em encomenda, a primeira coisa que a recepcionista do Rey Don Felipe fez ao nos registrar, foi entregar um DVD enviado de Valdivia por Dirk Schories, ainda no início de Janeiro. Meu nome deve ter se estabelecido retumbante em seu cérebro para que o DVD me tenha sido dado antes mesmo de que eu abrisse a boca para perguntar de seu paradeiro. Para os curiosos: o DVD inclui quatro filmagens submarinas. Duas na Antártica, uma em Punta Arenas e uma em Paracas (Peru). Além destas, estão baixados os arquivos relativos a meu log de mergulho, extraidos do computador Suunto Vyper pelo Dirk. Dia 08 foi dia de molho em Punta Arenas, muito bem aproveitado na zona franca e matando saudades gastronômicas (outro centolla para dentro, desta vez com outro acompanhamento digno de poema, uma cerveja Austral Pale Ale!). Ainda não sei ao certo quando atravessaremos a Terra do Fogo e o Drake, mas corria um boato de que tampouco seria amanhã. Aguardem novas atualizações. Por hora, vamos parar de digitar e postar umas fotos!

Welington a alguns passos de adentrar a aeronave e poder pensar "Um pequeno passo para a humanidade, mas um enorme passo para mim!" Mesmo esquema da partida no passado. Pelo menos no Galeão ninguém encrenca com as fotos tomadas na pista.

Não é o que vocês estão pensando! Eu apenas não havia fechado o Mustang ainda! Cumprindo a "faina" de experimentar todo o conteudo da Andaina 769 no aeroporto de Pelotas, que por sorte, neste momento, é inteiramente nosso.

Amanhecer no aeroporto de Pelotas em 07/03, com aeronave em abastecimento, e prestes a partir para Punta Arenas.

Dentro do Hércules cada qual se arruma como pode. Esta canadense, talvez por esperteza, talvez por não entender "lhufas" do que se explicava (em português), arrumou logo acomodação VIP para si e suas maletas.

Para outros menos afortunados, restava sentar sobre a pilha de caixas sendo transportadas, ou ainda, não ilustrado aqui, sentar na "geral" com as pernas trançadas, acomodação que coube a este que lhes escreve. A sorte é que durante o voo todo mundo levanta para dar uma caminhada e aí podemos nos mexer um pouco. Até ir ao banheiro eu consegui!!

Dia 08, confirmado o cancelamento do voo para Frei, por motivo que permanece misterioso (certas notícias não circulam ... o que dá asas à imaginação. Teria Godzilla engolido Hércules?!), aproveitamos para dar uma volta. À caminho da Zona Franca, tomei esta foto da janela do lotação em movimento, ao notar que havia um tremendo arco-iris sobre a cidade, não sei a troco de quê.

Hotel bacana tem suas vantagens. Com uma banheiro deste tamanho, pude montar um laboratório de 1o mundo para processar as amostras que César coletara nos fiordes para nós há um mês. À esquerda da pia, a caixa em que recebemos as amostras. À direita, a bombona em que todas foram acomodadas após a transferência dos potes para sacos plásticos.

2010/03/06

Partimos!!

Em 06 de Março partimos rumo à Antártica, FINALMENTE. O mesmo suadouro do ano passado na Base Aérea do Galeão, mas desta vez o Hércules não estava tão cheio e boa parte da viajem até Pelotas foi feita sem pernas trançadas, o que é um tremendo luxo! Ainda bem que o lanchinho de Tia Alice estava caprichado como sempre, pois só fomos conseguire almoçar por volta das 16:00h em Pelotas. 

Os planos são partir amanhã cedo para Punta Arenas: 6h de voo, mas devemos descontar uma ou mais do fuso horário, acredito.

Ainda paira a dúvida se seguiremos para a Antártica no Hércules ou já aclimatando-nos ao Ary Rongel. Esta segunda opção está ganhando força. Nada como a certeza de estar trazendo uma caixa quase cheia de Stugeron, além dos célebres implantes de Scopolamina vencidos em 06/2007. E que venha o Estreito de Drake!!

2010/02/27

Ainda há chances?

No apagar das luzes de Fevereiro descobrimos que estamos, eu e Welington Franklin Vieira Jr. (o famoso Wé!), escalados para o 6o voo da FAB de apoio à OPERANTAR XXVIII, previsto para partir da Base Aérea do Galeão em 06/03/2010.

Foi descobrir isso ontem, 26/02, para ouvir hoje a notícia do super-terremoto no Chile. Decididamente, contra terremotos nós não podemos. Primeiro o cancelamento por conta do terremoto do Haití. Agora, não será surpresa se o mesmo ocorrer. Afinal, mais uma vez, é de se supor que os Hércules C-130 poderão ser requisitados a prestar apoio aos chilenos. Espero que sejam somente fantasmas em minha cabeça e que logo possamos estar relatando nosso sucesso a partir do NApOc Ary Rongel.

De todos modos, prometo brevemente estar soltando algumas informações acerca do sucesso que foi a primeira expedição à Base de Frei, de Dirk Schories e sua equipe, no âmbito do projeto "Geo-referencing, biodiversity and growth in the Southern Oceans", aprovado pelo INACH, e do qual faço parte como colaborador. Acreditem: foram 24 mergulhos em 10 dias na Bahía de Fildes (próxima à Frei - Ilha Rei George), e cerca de 100 esponjas coletadas e fotografadas até 47 m de profundidade! Para isso deverei criar outro BLOG. Logo o link estará disponível nesta página.

2010/01/31

Partindo para o Plano B

O tempo que seria dispendido na Antártica não pode simplesmente evaporar. Afora uma série de atividades menores, rotineiras na vida de pesquisadores, aproveitamos o tempo para realizar algumas expedições para coleta de material biológico.

A 1a destas realizou-se entre 27 e 28 de Janeiro, com destino à Angra dos Reis. Um resumo dos objetivos e alguns resultados estão apresentados em

http://www.esponjasdeangra.blogspot.com


A 2a realizou-se entre 29 de Janeiro e 05 de Fevereiro, com destino à Maceió. Um resumo dos objetivos e alguns resultados também estão na rede, em


http://www.esponjasdealagoas.blogspot.com

2010/01/15

Janeiro de 2010 - tudo pode acontecer

Eduardo Hajdu e Welington Vieira estavam escalados para o 4o voo, compartida prevista para 05/01. Algum acidente com o Navio Polar Alte. Maximiano forcou-o a dirigir-se para Talcahuano (concepcion, Chile) para reparos e nosso voo foi momentaneamente suspenso. Alguns dias após o comunicado chegou-nos a notícia de que o voo se realizaria agora em 16/01. Tudo aparentemente certo.

Paralelamente trava-se uma batalha pelo direito de receber materiais de mergulho encomendados há meses dos representantes da marca DUI (Divers Unlimited International, San Diego, Califórnia, E.U.A.) no Brasil. Esta batalha era comendada por Welington e Pardal, representando a Mar do Rio. Não cabe aqui um aprofundamento da ladainha, mas o fato pe que o material chegou, não para o voo de 05/01, que por sorte não aconteceu, mas para o de 16/01. Em 11/01 estávamos abrindo as caixas e testando os equipamentos no tanque de mergulho da Mar do Rio, localizado na Marina da Glória.


Welington e Eduardo na oficina de equipamentos e estação de recarga da Mar do Rio experimentando os recém-chegados materiais da DUI.


Eduardo no tanque de mergulho da Mar do Rio na Marina da Glória experimentando o traje seco DUI, modelo TLS 350 e a máscara full-face. Não entrou um pingo de água no traje, mas a máscara só era viável pressionando-se o regulador na cara, o que por seu lado a fazia alagar. Consequentemente não foi uma experiência muito agradável. Foto por Welington Vieira.

Afora algumas peças pequenas, como o capuz e o traje interno, mas que não impediriam os mergulhos, tudo funcionava bem. Na verdade, houve um sonho que não se concretizou a contento, que foi o de mergulhar com uma máscara full-face e sentir-se bem debaixo d´água. Nossa full-face, adquirida em Puerto Montt (11/09) não é exatamente uma Ferrari, e ou bem não sabemos usá-la corretamente, ou ela é que não serve mesmo para qualquer rosto (em especial aqueles dotados de narizes, digamos, normais !!). Dessa forma, teríamos a full-face na Antártica, mas a idéia era a de só utilizá-la caso o frio decorrente das máscaras menores fosse absolutamente insuportável. Para o futuro, quem sabe, partiríamos para algo mais próximo a uma Ferrari.

Tudo pronto então de nosso lado. Só faltava arrumar as malas.

Porém, em 13/01, como todos sabem, o Haití foi atingido pelo mais forte terremoto nos últimos 200 anos de história do Caribe. E daí? E daí que a FAB tem um número limitado de aeronaves Hércules C-130, que são aquelas mas apropriadas para voos complexos tais como os antárticos, ou os voos de ajuda humanitária, pois podem pousar em pistas não pavimentadas e sabemos lá que outras explicações existirão. E o fato é que o 4o voo da OPERANTAR XXVIII foi cancelado.

Nada contra a necessidade do Brasil mostrar solidariedade em horas como essa. Muito pelo contrário! Me emociono de ver o socorro prestado por diversas nações, e orgulho-me de que o Brasil seja uma delas. Me questiono, entretanto, é se isso precisa ser feito em detrimento da pesquisa brasileira, em especial daquela realizada na Antártica. As equipes de pesquisadores brasileiros que se dirigem à Ilha Rei George passam meses, se não anos planejando suas atividades. Não haveria uma alternativa? Não se pode transportar os pesquisadores em voos comerciais fretados, liberando os Hércules para o socorro às vítimas do terremoto, dentre os quais, brasileiros inclusive, é verdade?

Ao longo desses meses de preparativos, invitavelmente, pessoas em todo o mundo estão na expectativa quanto a nossos resultados. São amigos e colegas de trabalho em diversas nações que sabem de nossos planos de trabalho (e porque não, aventura!), e que estarão agora se perguntando quão séria é vista a ciência no Brasil. E deve-se ter em mente que a pesquisa realizada na Antártica, quase que por definição, é uma pesquisa de apelo global. Ou seja, o país não está pesquisando apenas para sí, para desenvolver suas tecnologias, mas para o mundo, para que se compreenda melhor as mudanças climáticas e suas consequencias detectadas, ou potenciais, sobre os seres vivos.

Estamos em "stand-by". Acabamos de ter notícias da coordenadora do projeto MABIREH, Profa. Dra. Lúcia S. Campos, que estará buscando descobrir quais as possibilidades para o fechamento do projeto ainda neste verão austral.

2009/03/17

19 de Março - EACF - Frei - Punta Arenas

Troca de GB (sai o Fênix, entra o Crios). Embarque no Ary Rongel, traslado até Frei, caminhada até a Sala de Espera/hotel, embarque no Hércules, vôo até Punta Arenas, chegada em Punta Arenas, instalação no Karol Hostal

18 de Março - EACF (BLOG)

Caminhada até a ossada da baleia. BLOG. Coquetel com autoridades navais.



Não é um sapo! Cabeça de Nothotenia a mercê das Skua.

Um lôbo-marinho, atento por um curto espaço de tempo, antes de voltar a cochilar, absolutamente despreocupado.

Skua, com anilha numerada, no caminho até a Meteoro, de onde conseguiria melhor ângulo para registrar a chegda da Ary Rongel às imediações da EACF.



Enquanto aguardava a chegada do navio, a maior surpresa!, uma baleia jubarte. O animal despontou a cerca de 1km de ditância, e tome-lhe zoom, e tome-lhe 15MP para conseguir a aproximação que vocês podem comprovar na imagem.


O "Gigante Vermelho" retorna à EACF depois de sua visita à Ushuaia.


Aproveitando as últimas horas na estação, faxinão no laboratório 1. Estava precisando ...


Uma das autoridades navais presentes à cerimônia de troca do Grupo Base, o primeiro chefe da EACF, em 1984, Capitão de Corveta Edison Martins. Edison não apenas chefiou o primeiro GB, como também participou de todo o estratagema por conta da escolha do local e implantação da estação brasileira de pesquisas.

17 de Março - EACF (dia 07)

Fechamento das marfinites. Conclusão do relatório com inclusão dos resultados preliminares e equipes envolvidas nos mergulhos. Discussão com o Capitão de Corveta Rogério Rezende de Souza de estratégias para otimização dos mergulhos a partir da EACF. BLOG. Coquetel de confraternização geral com despedida do GB Fênix e saudações ao GB Crios.



Helena Lavrado (UFRJ), coordenadora da 5a e 6a fases do Projeto MABIREH, e Edson Rodrigues (UNITAU), que vem estudando crioprotetores metabólicos.


Uma foto histórica: os dois mergulhadores do Grupo Fênix (2008-2009, 100% de preto), um do Grupo Crios (2009-2010, de verde), um do Ary Rongel (2008-2009, de azul) e os postulantes a mergulhadores antárticos - Eduardo e Daniela (de vermelho). Da esquerda para a direita: Gimenez, Cachorrão, Daniela, Rogério, Cristino e Eduardo. Todos, mergulhadores a seco na 6a fase, afora Rogério e Cristino (conforme postagens de 12 e 13/03).

16 de Março - EACF (dia 06)

Identificação do material coletado em Frei por Cézar Cárdenas (CEQUA/INACH) via mergulho autônomo. Empacotamento do material de laboratório e material biológico nas marfinites. Caminhada até Yellow Point.

O biguá, ou mergulhão de olhos azuis, Phalacrocorax atriceps, nadando a pouca distância de Eduardo, depois de quase acertar-lhe a cabeça durante sua "aquarrizagem"


Um pequeno iceberg com muita história para contar. De qual canto da Baía do Almirantado terão sido deslocadas as rochas e o sedimento que ele carrega? Um dos indicadores de períodos de glaciação, conhecidos como Eventos de Heimlich, foram caracterizados pela enorme geração de icebergs - as ditas Armadas de Icebergs. Tais eventos são reconhecíveis pelo aumento na quantidade de sedimento terrígeno observado em testemunhos do leito submarino. Tal sedimento, como visto na foto, teria sido carreado de ambientes continentais por geleiras, que depois geraram os icebergs responsáveis por seu espalhamento no leito oceânico.

Outro dos encontros propiciados pela caminhada até Yellow Point foi com este pequeno agrupamento de pinguins antárticos.

Um dos poucos exemplos de bravura vegetal antártica - um belo líquen, aguardando que a neve do inverno o recubra até a próxima primavera ou verão.


Um musgo (?) contribuindo para a amarelidão de Yellow Point.

A caminhada que começou com 0o mais cinzento dos cenários, termina com uma nesga de dourado nas montanhas e geleiras, decorrente dos últimos raios de sol do dia, por volta das 19:30h.

15 de Março - EACF (dia 05)

Aprofundamento das identificações. Tombamento na coleção MNRJ e confecção de preparações para microscopia do material coletado por Cézar Cárdenas (CEQUA/INACH) na Base Eduardo Frei.


Esponja coletada por César Cárdenas em Collins (Península Fildes, Ilha Rei George), em 05 mar 2009, a 20m de profundidade.

14 de Março - EACF (dia 04)

½ dia off para caminhada até as geleiras próximas ao Refúgio 2. Após o almoço, faxinão e prosseguimento dos trabalhos de identificação, com a confecção de tabelas comparativas para Iophon, Myxilla, Rossella e Tedania.


Lôbo-marinho, Arctocephalus gazella, pouco após Punta Plaza, em nossa caminhada até as geleiras do Refúgio 2 com Erli Costa e Eduardo de Sá (meu xará de Viçosa).


Erli só precisava de um pouquinho de sangue das skuas ... e pela imagem, parece que havia fila para a doação. Certo? Errado! A fila era para filar a isca da armadilha, sem colocar o pé no laço. Moral da história, dormimos na beira da praia enquanto Erli seguia tomando olé das gaivotas tostadas. No fechamento do balanço, disse Erli que foram 54 capturas em 4 dias, com apenas umas poucas hemorragias, segundo ela sanadas a tempo.



Uma das geleiras alvo de nossa caminhada - que espetáculo!! A baía é toda cercada por geleiras, e os trovões causados pelo aprofundamento de rachaduras e desprendimento de icebergs é praticamente constante. Inesquecível!



Eduardo e Daniela em frente às geleiras.




Tremenda "mortandade" de gelo em frente à EACF após a 1/2 noite. Uma cena algo fantasmagórica e fascinante.

13 de Março - EACF (dia 03, segundo mergulho)

Saída no Big Krill até Punta Ullman para realização de mergulho com finalidade de coleta de poríferos. Primeira imersão realizada em frente à “pirâmide” de Pta. Ullman, em lâmina d’água de 13m. Mergulhadores retornam ao bote após 10min de mergulho afirmando não terem encontrado nenhuma esponja - apenas algas, isópodes (“baratas”) e muita lama. Um dos mergulhadores perde o cinto de lastro no retorno ao bote e o segundo mergulhador retorna para buscá-lo, o que se concretiza em menos de 5min. Decidimos tentar uma última imersão em setor mais raso e com pedras, segundo informações do condutor do bote. A lâmina d’água era de cerca de 5-6m e os mergulhadores retornam após 10min não tendo observado uma esponja sequer. Confecção de mais etiquetas para endereçamento das Marfinites. Aprofundamento das identificações com análise das lâminas de cortes espessos e comparação com bibliografia digitalizada trazida do Brasil.


Pirâmide de Punta Ullman. O bote se encontra fundeado no ponto da primeira imersão do dia.


Capitão de Corveta Mergulhador Rogério pronto para a imersão. Essa foto foi tomada na véspera, em Punta Plaza, mas é ilustrativa do equipamento utilizado durante a imersão. A excessão fica por conta da plaqueta com sacos plásticos pendurada no colete, que em Punta Ullman foi substituida por um saco de pano com boca amarrável. Faltou uma bolsa de tela. Falha nossa ... é o costume. Depois de tanto tempo casando fotos com espécimes tombados, in situ, e individualmente, não atinei para a necessidade de retroceder um pouco no perfeccionismo a fim de otimizar o potencial de coleta.

Duas skuas em frente à EACF.



Dois pinguins antárticos em Punta Plaza.

12 de Março - EACF (dia 02, primeiro mergulho)

Saída em bote até o Refúgio 2 para transporte de pessoal com previsão de parada em Punta Plaza na volta para mergulho, chegada ao Refúgio dificultada por faixa de gelo com mais de 20m de largura, apenas parcialmente rompida pelo bote, o que obrigou o mergulhador a saltar ao mar para remover grandes blocos de gelo; seleção do ponto de mergulho prejudicada pelo vento que forçou a amarração dos botes em rochedo localizado em lâmina d’água muito rasa (4-5m prof.). Mergulho abortado pelas seguintes razões: (1) máscara “full-face” de um dos mergulhadores com vazamento de ar no acoplamento da mangueira de baixa, (2) demora na realização da imersão decorrente da necessidade de recuperação de uma nadadeira perdida no local e de tentativas de consertar o vazamento na máscara acarretando sensação de frio em um dos mergulhadores (que já havia entrado na água para remoção dos blocos de gelo), (3) baixa vizibilidade da água, (4) consumo de metade do ar comprimido dos aqualungs já antes da realização do mergulho (peculiaridade das máscaras que estavam sendo utilizadas). Confecção de etiquetas para endereçamento das Marfinites. Confecção de lâminas de cortes espessos de cada morfotipo.


Inaugurando nossos trajes Mustang Survival, que curiosamente só servem aos pesquisadores, pois o Grupo Base prefere os "sapões". Sairíamos de Big Krill, gentilmente cedido pelo Ary Rongel para apoiar as atividades de mergulho que se realizariam a partir da EACF.



Primeira parada: Refúgio 2. Por força das circunstâncias, a parada quase que ocorre em lâmina d'água de várias dezenas de metros. Lentamente, porém, o valente Big Krill inicia sua aproximação do refúgio, singrando entre icebergs de dimensões as mais variadas.

O inusitado da circunstância tem que ser registrado. Clique! Eduardo e Daniela no mar de gelo. Não houve no resto da estada outra tal agremiação gelada como a deste dia. Prenúncio de que o mar não estava para mergulho?



O Capitão de Corveta Rogério se vê forçado a abrir passagem para o Big Krill na marra. Porquê? Porque os pesquisadores usam Mustangs, e como tal, não podem saltar em lâmina d'água maior que 5-10cm, sob risco de inundar sua botas Caribou. Inicia-se assim a troca acelerada de calorias por "friorias", muito antes de iniciado o mergulho.

O chefe da EACF, Capitão de Fragata Macedo (GB), de sapão, presta apoio aos mergulhadores que se dedicam a encontrar uma nadadeira perdida e resolver o problema do vazamento de ar em uma das máscaras "full-face". Ao final, o frio já era considerável, o ar comprimido estava seriamente depletado, a lâmina d'água de 4-5m (decorrente da necesidade de amarrar os botes no rochedo) era muito distinta dos 15-20m almejados, e o mergulho foi abortado. Nos restavam agora dois cilindros de mergulho para buscar alguma esponja que fosse. A EACF não dispõe de compressor, o do Ary Rongel estava em Ushuaia, e o dos poloneses, de origem húngara, necessitava não apenas de manutenção, mas também de adaptadores para acoplamento dos cilindros da marinha brasileira.

11 de Março - EACF (dia 01)

Conclusão da confecção de laminas para microscopia, aprofundamento das identificações, tomada de fotomicrografias de espículas dissociadas de cada morfotipo reconhecido no microscópio invertido Nikon da EACF do Laboratório 4, confecção de planilha de correspondência MNRJ x códigos de campo com inclusão de todos os dados da coleta para posterior transferência ao banco de dados da coleção MNRJ. Passeio nas imediações da EACF (até área da baleia do Jacques Cousteau).

A maré baixa propicia frequentemente o espetáculo do encalhe de blocos de gelo nas praias. A Baía do Almirantado está cercada de geleiras, e há grande quantidade de gelo flutuante nesta época do ano. A depender da direção do vento, os encalhes podem ser espetaculares, sendo impossível alcançar-se o mar sem pisar em gelo.


Uma Foca de Weddel (150cm), muito simpática, estirada no meio do caminho. Tivemos que trafegar no mar de gelos da foto anterior para evitar uma aproximação, que talvez pudesse ser julgada abusivamente íntima pelo "risole de bigode" aí da foto.

Dois pinguins antárticos, Pygoceles antartica, sobre um grande bloco de gelo encalhado na praia próxima à estação. O mais árduo destes encontros é resistir à dolorosa tentação de agarrar um bicho desses e amassá-lo como se fosse de pelúcia. Detalhe: os pesquisadores os capturam com redes similares àquelas que se usa para coleta de borboletas, de tão ágeis que são estas aves-peixe em ambiente terrestre.

Agora, um Pinguim de Adélia, Pygoceles adeliae. Consta que esta espécie é abundante próximo à base polonesa de Arctowsky, e que só muito raramente dá as caras próximo da EACF. Sorte de principiante, já em nossa primeira caminhada vimos as três espécies de pinguim da área. A terceira ainda será postada.

Estações de Mergulho 2008-2009

Estações de Mergulho 2008-2009
adaptado de SIMÕES JC, ARIGONY NETO J & BREMER UF (no prelo)