Arc"thanks" ki !!

Arc"thanks" ki !!
Thanks to Tomasz and Michal of Arctowski Polish Antarctic Station

22 e 23 de Março - a Saga do retorno

15 de Março - a redenção

2010/01/31

Partindo para o Plano B

O tempo que seria dispendido na Antártica não pode simplesmente evaporar. Afora uma série de atividades menores, rotineiras na vida de pesquisadores, aproveitamos o tempo para realizar algumas expedições para coleta de material biológico.

A 1a destas realizou-se entre 27 e 28 de Janeiro, com destino à Angra dos Reis. Um resumo dos objetivos e alguns resultados estão apresentados em

http://www.esponjasdeangra.blogspot.com


A 2a realizou-se entre 29 de Janeiro e 05 de Fevereiro, com destino à Maceió. Um resumo dos objetivos e alguns resultados também estão na rede, em


http://www.esponjasdealagoas.blogspot.com

2010/01/15

Janeiro de 2010 - tudo pode acontecer

Eduardo Hajdu e Welington Vieira estavam escalados para o 4o voo, compartida prevista para 05/01. Algum acidente com o Navio Polar Alte. Maximiano forcou-o a dirigir-se para Talcahuano (concepcion, Chile) para reparos e nosso voo foi momentaneamente suspenso. Alguns dias após o comunicado chegou-nos a notícia de que o voo se realizaria agora em 16/01. Tudo aparentemente certo.

Paralelamente trava-se uma batalha pelo direito de receber materiais de mergulho encomendados há meses dos representantes da marca DUI (Divers Unlimited International, San Diego, Califórnia, E.U.A.) no Brasil. Esta batalha era comendada por Welington e Pardal, representando a Mar do Rio. Não cabe aqui um aprofundamento da ladainha, mas o fato pe que o material chegou, não para o voo de 05/01, que por sorte não aconteceu, mas para o de 16/01. Em 11/01 estávamos abrindo as caixas e testando os equipamentos no tanque de mergulho da Mar do Rio, localizado na Marina da Glória.


Welington e Eduardo na oficina de equipamentos e estação de recarga da Mar do Rio experimentando os recém-chegados materiais da DUI.


Eduardo no tanque de mergulho da Mar do Rio na Marina da Glória experimentando o traje seco DUI, modelo TLS 350 e a máscara full-face. Não entrou um pingo de água no traje, mas a máscara só era viável pressionando-se o regulador na cara, o que por seu lado a fazia alagar. Consequentemente não foi uma experiência muito agradável. Foto por Welington Vieira.

Afora algumas peças pequenas, como o capuz e o traje interno, mas que não impediriam os mergulhos, tudo funcionava bem. Na verdade, houve um sonho que não se concretizou a contento, que foi o de mergulhar com uma máscara full-face e sentir-se bem debaixo d´água. Nossa full-face, adquirida em Puerto Montt (11/09) não é exatamente uma Ferrari, e ou bem não sabemos usá-la corretamente, ou ela é que não serve mesmo para qualquer rosto (em especial aqueles dotados de narizes, digamos, normais !!). Dessa forma, teríamos a full-face na Antártica, mas a idéia era a de só utilizá-la caso o frio decorrente das máscaras menores fosse absolutamente insuportável. Para o futuro, quem sabe, partiríamos para algo mais próximo a uma Ferrari.

Tudo pronto então de nosso lado. Só faltava arrumar as malas.

Porém, em 13/01, como todos sabem, o Haití foi atingido pelo mais forte terremoto nos últimos 200 anos de história do Caribe. E daí? E daí que a FAB tem um número limitado de aeronaves Hércules C-130, que são aquelas mas apropriadas para voos complexos tais como os antárticos, ou os voos de ajuda humanitária, pois podem pousar em pistas não pavimentadas e sabemos lá que outras explicações existirão. E o fato é que o 4o voo da OPERANTAR XXVIII foi cancelado.

Nada contra a necessidade do Brasil mostrar solidariedade em horas como essa. Muito pelo contrário! Me emociono de ver o socorro prestado por diversas nações, e orgulho-me de que o Brasil seja uma delas. Me questiono, entretanto, é se isso precisa ser feito em detrimento da pesquisa brasileira, em especial daquela realizada na Antártica. As equipes de pesquisadores brasileiros que se dirigem à Ilha Rei George passam meses, se não anos planejando suas atividades. Não haveria uma alternativa? Não se pode transportar os pesquisadores em voos comerciais fretados, liberando os Hércules para o socorro às vítimas do terremoto, dentre os quais, brasileiros inclusive, é verdade?

Ao longo desses meses de preparativos, invitavelmente, pessoas em todo o mundo estão na expectativa quanto a nossos resultados. São amigos e colegas de trabalho em diversas nações que sabem de nossos planos de trabalho (e porque não, aventura!), e que estarão agora se perguntando quão séria é vista a ciência no Brasil. E deve-se ter em mente que a pesquisa realizada na Antártica, quase que por definição, é uma pesquisa de apelo global. Ou seja, o país não está pesquisando apenas para sí, para desenvolver suas tecnologias, mas para o mundo, para que se compreenda melhor as mudanças climáticas e suas consequencias detectadas, ou potenciais, sobre os seres vivos.

Estamos em "stand-by". Acabamos de ter notícias da coordenadora do projeto MABIREH, Profa. Dra. Lúcia S. Campos, que estará buscando descobrir quais as possibilidades para o fechamento do projeto ainda neste verão austral.

Estações de Mergulho 2008-2009

Estações de Mergulho 2008-2009
adaptado de SIMÕES JC, ARIGONY NETO J & BREMER UF (no prelo)